Ano XXI - 12 a 14 de julho de 2025
E-commerce: chineses na guerra dos galpões
A expansão do e-commerce no Brasil, impulsionada especialmente por gigantes chineses como AliExpress, Shein, Shopee e Temu, desencadeou uma guerra fiscal entre estados na disputa por galpões logísticos e centros de distribuição. Unidades federativas como Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul despontam como as mais agressivas nas ofertas de incentivos fiscais. A Shein está em conversações com o governo paulista para instalar mais um centro de armazenagem em São Paulo. A Temu, por sua vez, já sinalizou ao governo mineiro a intenção de instalar uma unidade no estado. Há também um processo de desconcentração regional, como a entrada do Nordeste no game. A Temu, braço internacional da Pinduoduo, avalia também um centro de distribuição em Juazeiro do Norte, no Ceará. A Shopee inaugurou um centro de distribuição no Recife e tem planos para uma segunda unidade na Bahia movido a incentivos do governo baiano, o Mercado Livre inaugura até o final do ano seu segundo centro em terras baianas.
Mais ofertas
Ainda a guerra fiscal dos galpões: em Minas Gerais, o número deles dobrou nos últimos quatro anos graças a programas que reduzem o ICMS para centros de distribuição em até 50% durante cinco anos. Santa Catarina tem atraído players internacionais com a concessão de Tratamento Tributário Diferenciado, reduzindo o ICMS de 4% para 2%. O Espírito Santo oferece crédito presumido de até 90% do ICMS para operações que utilizam infraestrutura portuária. Em São Paulo, o governo Tarcísio de Freitas oferece isenções de ICMS, IPTU e ISS por cinco anos e apoio em Viracopos.
Motivo de impeachment
O economista americano e vencedor do Nobel de Economia, Paul Krugman, criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre exportações brasileiras. Em texto publicado no fim da semana passada, intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”, ele afirma que a ação do presidente dos Estados Unidos tem “fins políticos” e seria “motivo suficiente par o impeachment”. E emenda: “Repara que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento. A tarifação é maligna e megalomaníaca. O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. As exportações para os Estados Unidos representam menos de 2% do PIB brasileiro”.
Apoio para Bachelet
O governo chileno está buscando junto ao Itamaraty o apoio do Brasil para a candidatura de Michelle Bachelet à secretária-geral da ONU – a eleição ocorre no ano que vem. O presidente chileno, Gabriel Boric, tenta montar uma coalizão sul-americana em torno da ex-mandatária do país. Por ora, não tem sido bem-sucedido na missão. O governo da Bolívia já lançou a candidatura do atual vice-presidente, David Choquehuanca. E o Equador tem sondado países vizinhos em relação ao nome de Maria Fernanda Espinosa, ex-presidente da Assembleia Geral da ONU. No meio de tudo, o fator Trump – ninguém sabe o que ele fará.
Farra de viagens
Enquanto o país se debate com a necessidade de cortar despesas, o governo Lula torrou R$ 63 milhões com viagens de funcionários (até 27 de junho). A conta não inclui a fortuna gasta pelo presidente, Janja e outros igualmente não votados como ministros de Estado e integrantes do STF, que também usam jatinhos, bem como chefes do Poder. Diárias de servidores alcançaram R$ 408,5 milhões este ano e passagens R$ 255,5 milhões nos seis meses de 2025. Viagens internacionais de Lula & Cia alcançaram R$ 101,5 milhões.
“Roubo do século”
O mais popular educador financeiro do país, Charles Wicz chamou de “roubo do século” o ataque do hacker que pode ter surrupiado R$ 1 bilhão de bancos. Já o “roubo de todos os séculos”, por baixo, foi aos aposentados e pensionistas do INSS, beneficiando a “companheirada” sindicalista. Mais: o desinteresse de Lula de dar um jeito no crime organizado já constrange o país lá fora, Javier Milei, presidente da Argentina, cobrou contenção de facções brasileiras que ameaçam o Mercosul.
Contra roubos
Ainda roubos: mercados da Asa Sul, a menos de dois quilômetros do Palácio do Planalto, em Brasília, estão protegendo com redes de arame e alarme todas as carnes de churrascos – e não só picanha – apresentadas em prateleiras-frigoríficas. Um dos primeiros a adotar a proteção foi o grupo Pão de Açúcar.
“Confia no STF”
A reunião para tentar resolver a crise do IOF, na casa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na semana passada, começou com os ministros de Lula de mãos vazias e acabou em irritação. Parlamentares avaliam que o governo aposta exclusivamente no STF para solucionar o impasse. Além de Motta, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Jorge Messias (AGU) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado deram as caras. Haddad apenas defendeu a manutenção do aumento do imposto. Gleisi apostou na pressão contra o Congresso e disse que, sem o aumento, sobraria o contingenciamento das emendas parlamentares. A “reunião de conciliação” é amanhã, no Supremo.
Outra no Supremo
Tem tudo para acabar no Supremo a proposta de fim da reeleição, que só aguarda decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para ser votada. O projeto, com assinaturas da oposição e do governo, ganhou emenda do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que é questionada por especialistas. Wallyson Soares, vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-PI, disse que a proposta ‘estica’ o mandato e dá fim à reeleição é inconstitucional. A emenda que permite quem está no segundo mandato dispute um terceiro de 6 anos. Seriam 14 anos ininterruptos no poder.
“Nós contra eles”
Analistas acompanham a segunda fase da campanha sobre reforma da renda para fazer a ligação direta entre discurso de combate aos privilégios e vida real. A primeira etapa era sobre justiça tributária, incluindo aumento do IOF. Lula mandou reduzir o “nós contra eles”, mas um dos vídeos mostra o custo do programa Bolsa Família no Orçamento de 2025, de R$ 158 bilhões. O publicitário Otávio Antunes, que faz a campanha do PT, diz que “é o mesmo valor que o governo dá de isenção tributária para os mil maiores produtores rurais”. Mais: a bancada petista na Câmara vai apresentar novo projeto para limitar supersalários.
Olho nas emendas
Disparou para R$ 3,7 bilhões o total de emendas parlamentares pagas pelo governo Lula apenas nos seis primeiros meses do ano. Ainda assim, Lula e seu bloco não conseguiram impedir derrotas sucessivas no Congresso este ano, como o decreto que aumenta o IOF. A conta é da Transparência do Tesouro Nacional. O governo do PT destinou R$ 2,6 bilhões às emendas individuais de deputados e senadores e outros R$ 1,1 bilhão a emendas de bancada. As maiores emendas individuais foram destinadas ao fundo de saúde de Araguaína (TO): R$ 32,8 milhões e R$ 24,5 milhões. Olho vivo!
Fragatas sem dinheiro
A falta de dinheiro do governo ameaça um dos principais programas das Forças Armadas no PAC: é o Fragata Classe Tamandaré, que prevê construção de quatro navios de defesa para cuidar da segurança dos mares brasileiros. O projeto tem investimento previsto de R$ 12,5 bilhões até 2028. Do total, R$ 9,5 bilhões foram liberados e uma fragata já foi ao mar. As outras três vão ficar na gaveta: ninguém sabe onde arrumar outros R$ 3,5 bilhões.
Fora do Brasil
A Reag Investimentos, de João Carlos Mansur, quer pisar em gramados fora do Brasil. A Revee, sua controladora, está prospectando a compra de clubes de futebol e acordos para gestão de arenas esportivas em outros países, a começar pela Argentina. A empresa é uma das investidoras do consórcio que negocia a compra da SAF da Portuguesa de Desportos, ao lado da Tauá Partners e da XP Investimentos. O projeto prevê também a reforma e gestão do Canindé, estádio do clube paulista. A Revee e o próprio Mansur participaram da construção do Allianz Parque. A Reag tem R$ 300 bilhões em ativos sob gestão.
Déficit no comércio
O anúncio de que vai taxar o Brasil com 59% feito por Donald Trump, além de incomum por relacionar o comércio a questões políticas, é atípico por atingir um país que tem déficit no comércio com os Estados Unidos. O Brasil está entre os 20 maiores parceiros comerciais dos EUA. O país mantém déficit comercial com os EUA de US$ 3,2 bilhões. Dos outros 23 países que receberam notificação do governo norte-americano, o Brasil garante aos Estados Unidos seu sexto maior superavit com qualquer outro país.
Olho no café
Embora Brasil e EUA sejam concorrentes em alguns mercados agrícolas, o país sul-americano produz itens como café e cacau que não podem ser cultivados no território continental dos EUA. No ano passado, os EUA importaram quase US$ 2 bilhões em café do Brasil. Cerca de um terço do café consumido nos EUA – o maior consumidor de café do mundo – vem do Brasil e mais da metade do suco de laranja vendido no país norte-americano é proveniente do Brasil.
Lula tem dois
Lideranças do PT em Minas Gerais tem defendido o lançamento de candidato próprio ao governo do estado. O nome sobre a mesa é da prefeita de Contagem, Marília Campos, que está em seu quarto mandato. Como outras tantas ideias do PT, a tendência é que seja soprada para longe por Lula. Lançar uma chapa em Minas Gerais seria dinamitar uma ponte com o PSD de Gilberto Kassab. Lula tem dois pré-candidatos na sua órbita – Rodrigo Pacheco, seu preferido, e o ministro Alexandre Silveira – ambos do PSD. A história mostra que o candidato que ganha no estado leva a Presidência da República.
Missão difícil
A Grendene está envolvida na árdua tarefa de alavancar os resultados da Grendene Global Brands (GGB), que atua na distribuição e comercialização de calçados internacionais. A empresa tem apresentado uma performance meia-sola. No fim do ano passado, a 3G, de Jorge Leman, Beto Sicupira e Marcel Telles, vendeu sua participação na GGB por US$ 10,5 milhões (investimento feito no negócio foi de US$ 70 milhões). Agora, Grendene terá de fazer novos aportes na GGB, criada como vitrine global das marcas Melissa, Rider e Ipanema, mirando especialmente mercados dos Estados Unidos e Europa.
Apoio de Datena
José Luiz Datena, que enfrentou mesmo tipo de câncer de Edu Guedes, entrou em contato com o colega da Rede TV para oferecer palavras de conforto. “Tive o mesmo problema, passei pela mesma cirurgia, há 20 anos e estou aqui. Naquela época, só 30% das pessoas sobreviviam a esse tipo de cirurgia. Hoje, a operação é feita por robôs. Na minha época, abri a barriga de fora a fora, com uma recuperação difícil e estou aqui. Datena também dedicou grande parte de seu programa ao assunto.
Etâ motivo bom
Alguns dos personagens mais carismáticos da novela "Êta Mundo Bom", como Mafalda e Romeu, interpretados por Camila Queiroz e Klebber Toledo, respectivamente, não retornaram para a continuação da trama, intitulada "Êta Mundo Melhor". Embora alguns desses personagens tenham sido mencionados ou aparecido brevemente para explicar seus destinos, a ausência dos dois teve uma justificativa inicial: ambos estavam envolvidos em outros projetos. No entanto, na sexta-feira (11), o verdadeiro motivo veio à tona. Formando um casal na vida real — relação que começou durante as gravações da novela — Camila e Klebber estão esperando o primeiro filho (ou filha). A notícia foi compartilhada por ambos nas redes sociais, revelando que Camila já está grávida de cinco meses. Ainda que fosse possível adaptar a trama para a gravidez da personagem, as exigências da produção tornariam difícil a participação integral da atriz. Apesar do impacto causado pela ausência desses personagens queridos, fãs e seguidores celebraram a feliz notícia, destacando o belo motivo que afastou o casal da continuidade da novela.

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