Ano XXI - 25 a 27 de janeiro de 2025
Itamaraty cria “gabinete Trump”
O Ministério das Relações Exteriores está montando um “gabinete Trump”. Trata-se de uma equipe enxuta, escolhida a dedo, que vai se reunir duas ou três vezes por semana para acompanhar os movimentos do novo presidente dos Estados Unidos e suas possíveis consequências para o Brasil. É uma iniciativa que deve ser mantida sob a maior discrição. Cabe ao grupo produzir relatórios periódicos para municiar instâncias superiores da Pasta e outros ministérios. Promessas já colocadas na mesa por Donald Trump: imigração – estima-se que haja mais de 230 mil brasileiros ilegais nos Estados Unidos – tarifas alfandegárias, eventuais retaliações à China, maior parceiro comercial do Brasil, além do impacto direto do câmbio, inflação e juros, entre outros. Nada de missão à Marte – pelo menos, por enquanto.
Retomada do Canal
O Itamaraty entende, no início do funcionamento do “gabinete”, que a medida de maior probabilidade de sair em um espaço mais curto de tempo é a retomada do Canal do Panamá. Haveria base jurídica no direito internacional para os Estados Unidos recuperarem a posse sobre a estratégica veia entre Atlântico e Pacífico. Por ora, os diplomatas acham que há mais “bravatização” do que problematização nas medidas ou projetos alardeados por Donald Trump desde a posse.
“Sala de guerra”
A tendência no governo Trump é que, com o tempo, as efetivas propostas estarão bem separadas das fanfarronices do presidente. O importante é manter a vigilância. Na semana passada, a primeira derrota: um juiz de Seattle suspende decreto de Trump contra cidadania por nascimento. Considerou a medida “flagrantemente inconstitucional”. Acabou questionamento apresentados pelos estados de Arizona, Illinois, Oregon – e Washington. O governo francês também vai criar um “gabinete” similar e até a JP Morgan instituiu uma “sala de guerra” para acompanhar o início da gestão Trump.
“Boas práticas”
A consulta pública é de tal maneira indigna que nem deveria ter sido convocada pela Agência Nacional de Saúde, de novo, avalia beneficiar planos de saúde, dispensando-os de garantir mamografia para mulheres de 40 a 50 anos. Chamou isso de “Certificação de Boas práticas”, encarada como puro deboche. Médicos e pesquisadores estão indignados. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não se manifesta (e escapou da reforma porque Lula gosta dela). Henrique Couto, da Sociedade Brasileira de Mastologia, adverte para o perigo. A ANS quer equiparar os planos ao SUS: nivela por baixo. E ignora “a importância do diagnóstico precoce”.
Camiseta a R$ 1,5 mil
Curtindo férias em Nova York, onde tem luxuoso apartamento, Luciana Gimenez reclama nas redes sociais sobre suas condições financeiras depois da alta do dólar, que ultrapassou R$ 6. Mesmo reconhecendo seus privilégios, está atônita: “Uma camiseta aqui custa R$ 1,5 mil. Se a gente for num lugarzinho barato é R$ 1 mil. Andei vendo umas lojas baratinhas. Baratinhas para quem?”. Luciana ainda é dona do apartamento onde morava com o ex-marido Marcelo de Carvalho avaliado em R$ 70 milhões.
‘Questão de honra’
O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) tem feito gestões junto a grandes grupos do setor, notadamente Eletrobras, Eneva e Engie. A Petrobras, que “é da casa”, já pode ser considerada também como carta nesse baralho. Silveira busca assegurar, desde já, o maior número de participantes no leilão para contratação de energia de térmicas e hidrelétricas. Para todos os efeitos, o certame ainda está longe, marcado agora para 27 de junho. Silveira enxerga valor presente nas tratativas. O “firme” das empresas seria uma sinalização de forças de sua gestão no momento em que há rumores elétricos sobre sua possível saída do Ministério.
‘Acordo’ é balela
Fake news atribuída a representantes de Joesley e Wesley Batista espalha em Brasília que estaria sendo costurado um suposto acordo com a Paper Excelence para encerrar o litígio pelo controle da Eldorado Celulose, adquirido pela gigante mundial. O objetivo é paralisar as várias ações na Justiça e postergar ainda mais o desfecho da disputa que dura mais de 7 anos: se os juízes acharem que o acordo é possível, não haverá pressa para marcarem os julgamentos. A posição da Paper é de compradora da Eldorado – ‘acordo’ é balela.
Outra derrota
O governo Lula – há quem aposte – comprou mais uma derrota no Congresso. O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, diz, em círculos próximos, já ter 50 votos garantidos no Senado para derrubar o veto de Lula à desoneração de Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Flagros). Basta maioria simples, ou seja, 41 senadores para sanção.
“Juros de Jesus”
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, rebateu a fala de Lula em que pediu premiação e comparou-se a Jesus Cristo, por sancionar a lei que repactuou mais de R$ 760 bilhões em dívidas dos Estados com a União. O mineiro usou as redes sociais para dizer que “Cristo perdoaria as dívidas e jamais cobraria juros abusivos”. A sanção foi recebida com protestos pelos governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul). Esses estados são responsáveis por 90% dos R$ 760 bilhões devidos à União.
Reserva
Pai do programa Pé de Meia, Camilo Santana (Educação) virou o terceiro na linha sucessória hoje para uma eventual substituição a Lula na disputa pela Presidência da República, atrás de Fernando Haddad (Fazenda). O PT, inclusive, já está testando o nome de Camilo em pesquisas. Por enquanto, suas intenções de votos não são nem um pouco gloriosas. Santana tem 56 anos, é desde 2023, ministro da Educação e senador pelo Estado do Ceará. Filiado ao PT, é engenheiro agrônomo, professor e político e é pouco conhecido no país.
Troca de barco
Filiado ao PSD de Gilberto Kassab, Rodrigo Pacheco, ainda presidente do Senado está pensando em se mudar para o MDB de Baleia Rossi. Nestas semanas, o senador mostrou a aliados o desejo de trocar de partido. A saída seria motivada por eventual apoio do PSD a Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Lula em 2026 (se ele sair mesmo candidato).
“Intervenções”
Na mesma semana em que Lula cobrou ministros e avisou que decisões têm de passar pela Casa Civil (é a terceira vez que recomenta essa cartilha e há resistência porque poucos tem boas relações com o comandante do Ministério, Rui Costa), o ‘poderoso’ titular da Pastas provoca novo desgaste geral, falando em conjunto de “intervenções” nos alimentos caros, o que lembra “congelamento”. Depois, ele tentou consertar usando as palavras “medidas” e “ações”. Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) tentou ajudar dizendo que “foi um equívoco de comunicação”. Outros ministros festejaram a derrapada de Rui Costa. Alguns disseram que ele bajula tanto Lula que “até comete gafes semelhantes” às do presidente.
Não sabe
Lula pediu aos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura) um plano urgente para baratear os alimentos. Assessores de Fávaro admitem, quase que prontamente, que “não sabem o que fazer” já que a formação dos índices das principais commodities produzidas no país, que refletem nos custos de produção da pecuária nacional e no valor para as gondolas de supermercados nas carnes, depende de bolsas internacionais, como Chicago.
Falta de jovem
A conta é do economista Marcelo Neri, da FGV Social. A proporção de jovens sem trabalho e sem estudo caiu em 2024 para 19,7% (bateu o recorde de 29,9% na pandemia). Só que a parcela da população vivendo a juventude vai cair à metade até o final do século, restringindo o crescimento econômico. Mas, para Neri, há uma notícia para esse grupo: eles serão disputados e valorizados no mercado de trabalho. “Os que sobrarem em pé”, diz um observador.
Retrato 1
Dos militares da ativa indiciados pela Polícia Federal por tramar e arquitetar um golpe de Estado ao migrarem para a reserva, seis engordaram suas contas bancárias num total de R$ 2,2 milhões nos últimos anos. O general Mário Fernandes, o “kid preto” que idealizou o plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, recebeu R$ 421,9 mil por ter ido à reserva e verbas indenizatórias. Paulo Sérgio de Nogueira, ex-ministro da Defesa, recebeu em 2021, indenizações que somam R$ 300 mil.
Retrato 2
Mais: Almir Garner, ex-comandante da Marinha, recebeu R$ 364,3 mil (R$ 265,1 mil de indenização em 2021 e R$ 99,4 mil em 2023). Já o general Estevam Theophilo ganhou R$ 776 mil (R$ 381 mil em 2023 de indenização por ter ido para a reserva e mais R$ 394 mil em 2024 de “verbas indenizatórias).
Ansiedade
Em 2019, o Brasil foi enquadrado como o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) conviviam com o transtorno quando os dados foram analisados. O levantamento da plataforma DGR Brasil não avaliou idade dos pacientes em seu recente levantamento, mas acredita que a maioria afetada é de jovens. Outros dados do Ministério da Saúde, revela que a quantidade de internações relacionada a estresse e ansiedade entre jovens de 13 a 29 anos aumentou 136% entre 2013 e 2023.
Fugindo do calor
Estamos em pleno verão no Brasil e este ano o calor está batendo recordes. Para se ter uma ideia a cidade gaúcha Quaraí, na fronteira com Uruguai registrou 42,4°C estes dias. Outro exemplo é o Rio de Janeiro que vem registando por dias temperaturas acima de 40ºC com sensação térmica acima dos 60ºC. Aproveitando também a época das férias escolares, muitas celebridades estão fugindo do calor e indo para o extremo, procurando países no norte do planeta como Canadá, nações europeias e Estados Unidos, destino preferido de muitos. Entre tantos famosos Mônica Martelli, Deborah Secco e Giovanna Ewbank curtiram a neve, junto com a família na cidade de Aspen, Colorado. A cidade tem cerca de 7000 habitantes é um dos principais destinos para quem quer esquiar ou praticar snowboard. Só nesta cidade norte-americana tem quatro montanhas (Snowmass, Buttermilk, Aspen Highlands e Aspen Mountain), para os amantes de aventuras no frio.
|